segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

COMPREENDENDO O “QI”


--> Traduzido como energia, possui um significado mais amplo de fluxo, emanação, interação, configuração, função.
Como fluxo, é ele que estabelece as trocas entre o Céu e a Terra (no centro da qual nos encontramos), entre o interno e o externo (sistemas internos e Natureza), entre os vários sistemas internos (órgãos e vísceras), entre as instâncias do ser (mente, corpo, emoção, sensação, intenção, espírito) e ainda estabelece os movimentos e ritmos da natureza e do universo (dias, noites, estações do ano, eras).
Como emanação expressa a qualidade de tudo o que existe, manifesto como cor, aroma, sabor, som, forma, temperatura, movimento, substancialidade.
Como interação permite interpenetração entre densidades e campos variados e influências mútuas.
Como configuração vai plasmando nos campos densos e concretos as fluências e padrões que se repetem no impalpável.
Como função representa as qualidades intrínsecas de sistemas e coisas (para que servem).
A compreensão de sua natureza mutante e fluida só é possível através de observação interna (do organismo), externa (da natureza) e da interação constante entre ambas.
Observando a Natureza compreendemos seus ciclos e a qualidade de Qi presente em suas várias etapas e manifestações.
Observando o Organismo compreendemos a interpenetração existente entre as densidades variadas, interconectanto e permeando o sutil e o denso e mantendo a integridade do Ser.
Através de percepções sensoriais e extra-sensoriais, interagimos com o meio externo, influenciando e sendo influenciados pelo mesmo.
São as impressões trazidas pelas cores, sons, aromas, sabores, formas, temperaturas e também outras sensações subjetivas e emoções que vão regulando nossas trocas com o meio.
Quando unimos a mente, o movimento, a respiração, a intenção e o espírito, tornamo-nos aptos a usar nossa inserção no momento presente de forma sempre renovadora e libertadora, pois a medida que estas instâncias se integram, permitem-nos uma renovação constante e permanente, o que por si só já nos liberta de padrões repetitivos e modelos pré-estabelecidos.
As técnicas de Qi Gong, ou “Trabalho com o Qi” são milenares e de origem chinesa, por isso obedecem aos mesmos princípios da acupuntura, permitindo a aliança entre integridade e interação, através da fluência.
São, portanto, ao mesmo tempo uma forma de meditação e de terapia que se dá pelo desenvolvimento da auto-observação, simultâneo a restauração do fluxo.

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