sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

AUTO-OBSERVAÇÃO


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(COMO SUBVERTER PADRÕES EFETIVA E PACIFICAMENTE)
Estamos tão viciados em pressão, pressa e falta de tempo que nos distanciamos mais e mais de nós mesmos.
A mídia exerce um efeito subliminar nos impulsionando a agir e interagir com o mundo em um impulso frenético de produzir e consumir, produzir e consumir... que por fim temos medo de um contato interno.
Emoções afloram de forma totalmente inconsciente, influenciando, assim, nossas atitudes no mundo.
O tempo gasto em reflexões conta, na maior parte das vezes, apenas com maquinações da mente racional, que é parcial e incapaz de abarcar a totalidade do ser e da situação.
Assim, sentimo-nos tensos, doentes e descontentes. Nada do que fazemos é capaz de prover satisfação verdadeira e tornamo-nos insaciáveis.
Em nossa cultura ocidental não existe a tradição do contato interno; nós oramos, pedindo ou agradecendo a algo externo, responsável por manter as coisas em ordem e a relação que temos com nosso corpo é apenas através de exercícios músculo-esqueléticos.
No oriente, no entanto, existe a tradição da meditação, a qual se apresenta das mais variadas formas, dependendo da cultura, da crença ou da finalidade.
Ocorre que todas as práticas orientais, das quais podemos beber largamente hoje, num mundo globalizado, reportam-nos a uma atenção interna, unificando e integrando as várias instâncias do ser, através de exercícios variados, que visam à auto-observação.
Com a continuidade das mesmas, o que requer determinação e perseverança, aprimora-se e aprofunda-se esta observação de si mesmo, o que por fim, nos leva ao conhecimento do “observador”.
A partir daí abre-se a percepção de tal forma que reconhecemos nossa verdadeira natureza como algo que está muito além da auto-imagem e dos conceitos e rótulos criados por nossa mente, como vestimenta, armadura, couraça ou proteção para atuarmos no mundo.
O mundo, por sua vez, deixa de ser algo externo ou distante de nós, pois tornamo-nos responsáveis pela parcela de interconexão e de interdependência que nos cabe, restabelecendo as trocas equânimes e efetivas com o mesmo.
Cada passo, então, ou cada etapa, ou mesmo cada parcela de tempo de nossas vidas, torna-se uma oportunidade singular de manifestar nosso potencial no mundo de forma criativa, não mais munidos de velhos padrões determinados pelas circunstâncias, mas contando apenas com uma espontaneidade genuína, baseada na observação interna e externa do momento presente.

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