domingo, 18 de agosto de 2013


O TODO, O TAO
e a revolução atual para o retorno à Ordem

Do “Vazio Absoluto” até as “Dez Mil Coisas” não existe separação.
São planos diferentes de uma mesma realidade.
O Céu e a Terra, o Universo e nosso interior estão profundamente imbricados e obedecem às mesmas Leis, integram à mesma Ordem.
Não existe mesmo nenhum tipo de cisão entre as realidades Sutil e Material.
Tudo é um continuum interligado por influências recíprocas incessantes.
O que está dentro é como o que está fora.
Assim em cima como em baixo.
Assim na Terra como no Céu!
E todas as culturas nativas, nos quatro cantos do planeta, estavam imersas nesta experiência “Uniabarcante”, sem fragmentações, sem valorizar apenas o visível, vivendo a sacralidade da pertinência a esta Abrangência Infinita.
Até que foi inventada a crença na separação e na falta, na necessidade de preenchimento, em uma realidade única limitada as três dimensões.
A espécie humana do Planeta Terra foi se distanciando mais e mais de uma realidade maior, criando novas leis, mais específicas e menos abrangentes, portanto burláveis e questionáveis.
Perdeu a reverência à Criação e criou rituais formais e vazios, simulando uma relação com o Sagrado que atendesse à conveniências mesquinhas e limitadas.
A Manipulação pelo Poder e o Poder de Manipulação tornou-se de tal forma insustentável que o Planeta e o Povo começaram a clamar, simultaneamente e de forma irrevogável, por uma retificação urgente de conduta e turbulências de todos os tipos e em todos os níveis começaram a acontecer, por todo o Planeta.
E, em toda a extensão ilimitada do Cosmo, toda hoste de Seres que permaneceram Divinizados e Sagrados, de todos os cantos do Universo e de todas as Dimensões e Planetas abençoam este momento único, aguardando nosso retorno e nos acolhendo de volta á Ordem”!

(Purnima  13\08\13)


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O DAO EM MIM


O Sol, o Mar e a força do Luar
Vem me banhar de Amor
Mistério Criador

Tu fluis aqui dentro de mim
E nas origens do Sem Fim

Estrelas passam devagar
E nos meus olhos vêm dançar

O Céu e a Terra juntos serpenteiam
Animam a vida em mim
E em tudo que rodeia

Tu és o Dao, Inominável
A quem me entrego inquestionável

E sincronias são momentos
Por onde flui o teu alento

Eu sei, bem sei, que nada ainda sei
Mas Teu vapor de Amor
Abraço com fervor

Eu meu sorriso é o Teu caminho
Dentro de mim em torvelinho

Tornando simples meu viver
Sem pretensões o meu saber

Se abro espaço, contemplo as montanhas
Se olho dentro, pulsa
Nas minhas entranhas

Sou gota d’água no oceano
Com toda Vida me irmano

E tenho um dom que é singular
É a minha forma de Amar.
(04/11/10)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

COMPREENDENDO O “QI”


--> Traduzido como energia, possui um significado mais amplo de fluxo, emanação, interação, configuração, função.
Como fluxo, é ele que estabelece as trocas entre o Céu e a Terra (no centro da qual nos encontramos), entre o interno e o externo (sistemas internos e Natureza), entre os vários sistemas internos (órgãos e vísceras), entre as instâncias do ser (mente, corpo, emoção, sensação, intenção, espírito) e ainda estabelece os movimentos e ritmos da natureza e do universo (dias, noites, estações do ano, eras).
Como emanação expressa a qualidade de tudo o que existe, manifesto como cor, aroma, sabor, som, forma, temperatura, movimento, substancialidade.
Como interação permite interpenetração entre densidades e campos variados e influências mútuas.
Como configuração vai plasmando nos campos densos e concretos as fluências e padrões que se repetem no impalpável.
Como função representa as qualidades intrínsecas de sistemas e coisas (para que servem).
A compreensão de sua natureza mutante e fluida só é possível através de observação interna (do organismo), externa (da natureza) e da interação constante entre ambas.
Observando a Natureza compreendemos seus ciclos e a qualidade de Qi presente em suas várias etapas e manifestações.
Observando o Organismo compreendemos a interpenetração existente entre as densidades variadas, interconectanto e permeando o sutil e o denso e mantendo a integridade do Ser.
Através de percepções sensoriais e extra-sensoriais, interagimos com o meio externo, influenciando e sendo influenciados pelo mesmo.
São as impressões trazidas pelas cores, sons, aromas, sabores, formas, temperaturas e também outras sensações subjetivas e emoções que vão regulando nossas trocas com o meio.
Quando unimos a mente, o movimento, a respiração, a intenção e o espírito, tornamo-nos aptos a usar nossa inserção no momento presente de forma sempre renovadora e libertadora, pois a medida que estas instâncias se integram, permitem-nos uma renovação constante e permanente, o que por si só já nos liberta de padrões repetitivos e modelos pré-estabelecidos.
As técnicas de Qi Gong, ou “Trabalho com o Qi” são milenares e de origem chinesa, por isso obedecem aos mesmos princípios da acupuntura, permitindo a aliança entre integridade e interação, através da fluência.
São, portanto, ao mesmo tempo uma forma de meditação e de terapia que se dá pelo desenvolvimento da auto-observação, simultâneo a restauração do fluxo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

AUTO-OBSERVAÇÃO


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(COMO SUBVERTER PADRÕES EFETIVA E PACIFICAMENTE)
Estamos tão viciados em pressão, pressa e falta de tempo que nos distanciamos mais e mais de nós mesmos.
A mídia exerce um efeito subliminar nos impulsionando a agir e interagir com o mundo em um impulso frenético de produzir e consumir, produzir e consumir... que por fim temos medo de um contato interno.
Emoções afloram de forma totalmente inconsciente, influenciando, assim, nossas atitudes no mundo.
O tempo gasto em reflexões conta, na maior parte das vezes, apenas com maquinações da mente racional, que é parcial e incapaz de abarcar a totalidade do ser e da situação.
Assim, sentimo-nos tensos, doentes e descontentes. Nada do que fazemos é capaz de prover satisfação verdadeira e tornamo-nos insaciáveis.
Em nossa cultura ocidental não existe a tradição do contato interno; nós oramos, pedindo ou agradecendo a algo externo, responsável por manter as coisas em ordem e a relação que temos com nosso corpo é apenas através de exercícios músculo-esqueléticos.
No oriente, no entanto, existe a tradição da meditação, a qual se apresenta das mais variadas formas, dependendo da cultura, da crença ou da finalidade.
Ocorre que todas as práticas orientais, das quais podemos beber largamente hoje, num mundo globalizado, reportam-nos a uma atenção interna, unificando e integrando as várias instâncias do ser, através de exercícios variados, que visam à auto-observação.
Com a continuidade das mesmas, o que requer determinação e perseverança, aprimora-se e aprofunda-se esta observação de si mesmo, o que por fim, nos leva ao conhecimento do “observador”.
A partir daí abre-se a percepção de tal forma que reconhecemos nossa verdadeira natureza como algo que está muito além da auto-imagem e dos conceitos e rótulos criados por nossa mente, como vestimenta, armadura, couraça ou proteção para atuarmos no mundo.
O mundo, por sua vez, deixa de ser algo externo ou distante de nós, pois tornamo-nos responsáveis pela parcela de interconexão e de interdependência que nos cabe, restabelecendo as trocas equânimes e efetivas com o mesmo.
Cada passo, então, ou cada etapa, ou mesmo cada parcela de tempo de nossas vidas, torna-se uma oportunidade singular de manifestar nosso potencial no mundo de forma criativa, não mais munidos de velhos padrões determinados pelas circunstâncias, mas contando apenas com uma espontaneidade genuína, baseada na observação interna e externa do momento presente.

domingo, 28 de setembro de 2008

ACUPUNTURA: ARTE/TERAPIA DE TRANSFORMAÇÃO


A Acupuntura é uma arte/terapia de raízes Taoistas e, como tal, pressupõe que todas as coisas no Universo estão interconectadas e seguem um fluxo permanente de mudanças. Estas mudanças obedecem a determinadas leis, que são válidas para manifestações mais sutis tanto quanto para as mais densas na Criação. O Taoismo, bem como a Medicina Chinesa, estabelece paralelos entre estas densidades, pois entende que existe uma correspondência entre elas que se dá por similaridades energéticas, e prioriza o mais sutil, o invisível, o imensurável, o impalpável, pois entende que este, por ter um fluxo mais dinâmico e ininterrupto, interpenetra e plasma as estruturas densas. As estruturas densas por sua vez, visíveis, mensuráveis, palpáveis, seriam o resultado dependente da complexa trama de fluxos sutis que se organiza de modo a cumprir funções específicas. Em nossa cultura prioriza-se tudo o que é visível, mensurável e palpável, haja vista nossa ciência cujo conceito de veracidade e verdade se apóia neste paradigma e não é por menos que nossa medicina hipocrática trata tão somente sinais, sintomas e manifestações evidentes. Há milênios os taoistas, munidos apenas de sua sensitividade, mapearam complexa e sofisticada rede de canais que interconecta nosso organismo com todas as manifestações da Criação, das mais sutis as mais densas, mostrando que este organismo é permeável a estas manifestações, estabelecendo permutas que contribuem com seu bom funcionamento e outras que desencadeiam em disfunções e desequilíbrios. Significa que nosso corpo, supostamente denso, na verdade constitui-se de uma trama mais agregada ou apertada, mas mesmo assim absolutamente plástica e em contínua transformação. Todas as conexões e interações que nosso organismo estabelece, influem em sua dinâmica de funcionamento e transformação, tornando-o mais abrangente, eficaz e fluido, ou cristalizado, restrito, limitado e bloqueado. As instâncias mais sutis (idéias, emoções, impressões, intuições, sentimentos, crenças, etc.) e as mais densas (órgãos, vísceras, músculos, ossos, tecidos em geral de nosso corpo) em nosso organismo devem funcionar em uníssono para que se experimente uma sensação de conforto que decorre de uma inteireza e integridade de interesses e funções. As trocas permanentes com o meio externo que se dão através do ar, da alimentação, dos sentidos, das relações, das percepções, idéias, sensações e criações, são também o instrumento para a verificação do grau de conforto e satisfação que experimentamos a cada momento, onde encontramos oportunidades renovadas e renovadoras de estabelecer a harmonia entre todos os níveis. O único modo que dispomos para verificação do estado em que nos encontramos é a observação interna. É ela que nos permite entrar em contato com nossas sensações, emoções e crenças, antes que as mesmas nos tomem de assalto. Como em nossa cultura geralmente não possuímos treinamento adequado na prática da auto-observação, decorre que normalmente só nos damos conta de alguma irregularidade ou desconforto quando o mesmo já se evidencia como algo manifesto no plano físico. Não estamos acostumados a dar importância às sensações subjetivas que não podem ser avaliadas ou diagnosticadas de forma sistemática por profissionais da área médica e especialistas. Na prática Taoista da Medicina Chinesa entendemos que tais manifestações são os sinais evidentes de que a harmonia entre os diversos sistemas, com seus variados níveis de atuação, foi, por algum motivo, quebrada e apenas nossa observação atenta pode nos levar a identificar as sensações, sentimentos e impressões envolvidas, possibilitando um diagnóstico profundo que engloba o Ser em sua totalidade física-emocional-espiritual. Muito antes dos sintomas físicos se evidenciarem já experimentávamos algum tipo de insatisfação ou inadequação, algo que não nos soa como verdadeiro ou espontâneo em nós, mas consideramos sem importância, indignas de nossa atenção ou simplesmente achamos mais conveniente e oportuno calar esta voz de nossa expressão verdadeira. No decurso de nossas vidas acabamos nos distanciando sobremaneira de nós mesmos e tornamo-nos inaptos a reconhecer e dar passagem ao espontâneo e ao simples. Aquilo que realmente somos a cada momento, encontra-se de tal forma abafado, mascarado, tamponado, escondido e adulterado, que torna-se difícil identificar o que de fato precisamos manifestar para que se cumpra nosso verdadeiro propósito de vida. Quando, finalmente, nosso nível de auto-observação nos impele à busca do caminho que nos cabe e estamos aptos a trilhá-lo com simplicidade e leveza, a Acupuntura e sua complexa trama de sistemas, canais e pontos, todos atuando e interagindo em níveis de densidades variadas, é um instrumento eficaz de reconexão com a Fonte que jorra em permanente abundância, trazendo satisfação no cumprimento de nosso Propósito. Para tanto o profissional escolhido não deve estar restrito ao conhecimento das atuações meramente físicas da Acupuntura, mas apetrechado a usar seleções de pontos adequadas a lidar com níveis dos mais sutis aos mais densos, de acordo com a necessidade existencial da pessoa que a ele recorre.

domingo, 21 de setembro de 2008

MEDICINA CHINESA: TECIDOS E ÓRGÃOS


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Cada “Sistema” em Medicina Chinesa é composto de um órgão (Zang), uma víscera (Fu), um órgão do sentido, uma emoção e um espírito. A eles ainda estão associados um sabor, uma cor, um aroma, um som, um clima, uma estação do ano e uma direção com as quais possuem afinidades energéticas.
Muitas vezes estas associações parecem aleatórias e lidamos com elas de forma dogmática, mas conhecendo melhor estruturas e funções, é possível aprofundar estas reflexões.
Observe agora a relação existente entre os órgãos e os tecidos do corpo.


RIM - ÁGUA

Quando o Jing vai configurando nossa estrutura física e durante a vida embrionária é responsável pelo crescimento e maturação de canais e órgãos.
Após nascermos, ele continua se condensando em nosso interior, protegido pelos demais tecidos, provendo o crescimento físico e se configurando nos ossos.
Ele também vai permanecer nas células sexuais, como possibilidade de gerar e perpetuar a vida física, mas é no tecido ósseo que se dá a expressão de sua densidade máxima.
É o Rim que sustenta e mantém a vida física.


FÍGADO - MADEIRA

A expressão da livre fluência que acontece em nosso interior, quando os sistemas interagem elaborando e se nutrindo das substâncias vitais, também se evidencia externamente, através dos movimentos permanentes executados durante o dia.
À noite, o sangue utilizado na nutrição de tendões, ligamentos e músculos, responsável pela mobilidade, retorna para esta usina de transformação e reciclagem, enquanto permanecemos em repouso, deitados, de olhos fechados e inconscientes, permitindo assim que, ao acordarmos, o corpo esteja novamente apto aos mais diversos movimentos.
O Fígado é o maestro de toda fluência, estratégia e criatividade.


CORAÇÃO - FOGO

É ele que estende a teia da nutrição sanguínea por todos os sistemas de nosso organismo.
É o fogo correndo por esta malha de veias e artérias, que é o tecido circulatório, vitalizando e nutrindo e ao mesmo tempo ancorando a mente, o espírito, a vida psíquica no corpo.
O Coração é o Imperador, que permite a manifestação do espírito na matéria.


BAÇO - TERRA

Elemento integrador e sustentador é o tecido conjuntivo.
Ele envelopa fibras, feixes e músculos, vasos e órgãos, mantendo tudo coeso, unido e firme, agindo de forma anti-gravitacional e ascendente.
Estas membranas, fascias e aponeuroses integram o que se conhece hoje por esqueleto fibroso.
É o Baço que une todos os demais sistemas, preservando nossa integridade.


PULMÃO - METAL

Quem delimita, protege e se comunica com o que está fora é a pele.
A partir dela podemos perceber o que pertence e o que não pertence ao nosso organismo e também estabelecer trocas.
Ela é sensível às variações do ambiente, podendo se abrir para respirar com ele, vaporizando líquidos e refrescando o corpo, ou se fechar e se arrepiar, protegendo internamente o organismo.
É o Pulmão que capta do meio externo o que tem mais valor para nossa vida física.